me culpando do que poderia ter sido e não foi.


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que PODERIA TER SIDO E NÃO FOI.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo,
quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que
se perdem por MEDO (esse foi sempre meu pior inimigo), nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre
a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.Eu me decidiria entre o nada.Me pouparia de deveras vezes sofrer por ilusoes.A vida é uma ilusao. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria
ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.Isso me deixaria deslumbrada pois gosto da melancolia. O nada não ilumina, não inspira, não aflige
nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.Isso é bom.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser
mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a
oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.Ou nem o tempo recupera amores impossiveis!
Destino insano


ÉRICA MELO.

terça-feira, 16 de março de 2010 às 13:48

0 Comments to "me culpando do que poderia ter sido e não foi."

Postar um comentário